24/11/2018

Tombos e tropeços

"Uma das maiores características dos dias de hoje, apesar do excesso de fontes de informação, é justamente a falta de informação de qualidade."

Nunca se produziu tantas notícias quanto nos dias hoje. O planeta ficou pequeno demais para atender à demanda da comunicação em massa. A Terra, às vezes, parece uma pequena aldeia. Num passado não muito distante a notícia chegava a cavalo. Sim, era desta forma que o jornal se deslocava de sua sede até as mãos do leitor que morava no recanto mais distante. O rádio veio a agilizar a chegada da informação. As ondas não necessitam do lombo do cavalo para chegar até o ouvinte. Bastava um receptor, uma antena e o locutor levava ao respeitável público o que de novo acontecia na cidade, no estado, no país e no mundo. A tevê veio bem mais tarde. Demorou para se tornar popular.

14/11/2018

Conhecimento, consciência e opinião

Conhecimento e consciência são dois termos que caminham juntos há muito tempo. Sócrates, filósofo grego, alertava sobre a necessidade de o homem buscar as respostas para seus anseios a partir do autoconhecimento. Ou seja, sem conhecer a si mesmo não pode o indivíduo responder aquelas dúvidas tão comuns sobre a sua identidade, sobre o seu papel histórico, sobre o seu caminho, sobre suas angústias e aspirações.
Nos dias atuais é comum a confusão que se estabelece entre conhecimento e opinião. Opinião são as considerações que fazemos sobre algo a partir de algumas impressões pessoais: - como será o dia de hoje? “-acho que vai chover”. Poderia dizer que teremos muito sol. E poderia errar ou acertar. Opinião é a manifestação feita sem embasamento teórico ou mesmo prático. Assim, não é necessário que o indivíduo seja especialista para opinar sobre meteorologia, sobre esportes, sobre economia, sobre a política nacional e internacional, sobre o comportamento dos mercados ou mesmo sobre medicina. Basta um computador ou smartphone e uma conexão com a internet. Afinal, todos nas redes sociais têm opinião.

12/11/2018

A Liberdade

Liberdade, igualdade e fraternidade era o lema dos revolucionários franceses que derrubaram a monarquia e o clero instituindo uma nova ordem social, política e econômica na França, influenciando toda a Europa, no final do século XVIII. Dentre as conquistas mais significativas deste período, destaca-se a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo, assim, que um ser humano não deve ser tratado pelo Estado de forma autoritária.
Apesar de consolidado em todo o mundo, o lema vem sofrendo um desgaste significativo nestes anos de Nova Era. A pátria que o concebeu, a França, está batendo cabeça. Respeitar tão largos e abrangentes princípios tem sido um tanto quanto desafiador. E o que vem causando este tumulto é justamente a busca por uma vida melhor, mais humana, mais compreensiva e por maiores oportunidades de futuro por milhares de pessoas que fogem de zonas de conflito. Em tese, a França é o melhor local no mundo para isso. Os franceses, no entanto, não vêm pensando dessa forma. Cada imigrante significa o acirramento na disputa por vagas no concorrido mercado de trabalho e no atendimento nos serviços públicos. Como o dinheiro é finito, sobram problemas e carecem soluções.