19/12/2012

Previsões que não falham


O futuro está logo ali. No entanto, a ansiedade, a incerteza ou a insegurança são responsáveis pela tentação de antecipar os acontecimentos. E, cá entre nós, quem nunca pensou em viajar no tempo e descobrir o que vem pela frente? Quem nunca sonhou em visitar o futuro?
Isto não é uma tendência atual. A história começou em tempos imemoriais. Entre os gregos, por exemplo, já havia o costume de lançar perguntas aos deuses para que o futuro fosse revelado. Oráculos, pitonisas, sacerdotes e adivinhos têm presença constante na mitologia grega.  
Porém, a tarefa de prever o futuro é muito mais espinhosa do que se imagina. O presidente americano Franklin Roosevelt que o diga. Tido como o maior estadista dos EUA, Roosevelt pode ter sido tudo isso. Porém, foi um rotundo fracasso como adivinho. Consta que o vulto histórico nomeou uma respeitável comissão para antecipar quais as novidades tecnológicas do seu tempo seriam importantes no progresso da humanidade. Publicado em 1937, o relatório apresentou índice zero de acerto. 
Ao longo dos tempos, alguns seres privilegiados bem que tentam desvendar os caminhos do destino.  São as cartomantes, as ciganas, os feiticeiros e outros tantos adivinhadores de plantão. Munidos de bolas de cristal, de borra de café, das linhas das mãos, das expressões faciais, do jogo de búzios, das entranhas de algum animal ou de algum insuspeitável auxílio do mundo extrafísico, adentram ao mundo do desconhecido. Viajam por um mundo que ainda está sendo construído.
Dizem alguns espertos que não há como errar. O adivinho deve traçar três cenários possíveis. Um otimista, um pessimista e um intermediário. Um deles certamente será o correto. “A manha do ganso” é jogar no próprio curioso a responsabilidade pelo andamento da história. Se tiver fé, se investir, se insistir, se planejar, se suar, se se dedicar, o futuro será um. Se, no entanto, o curioso só esperar, deixar de investir, se tiver muita preguiça, se não planejar o futuro será outro. 
E não é que dá certo! Não há futuro, não há destino que seja construído sem a força do indivíduo. Os deuses gregos que traziam a ventura ou a desgraça ao mundo curtem suas merecidas aposentadorias numa divina festa onde não faltam ambrosia e vinho. Não estão mais de plantão organizando destinos. Seus ouvidos estão fechados para as reclamações dos simples mortais.
Então o que nos resta, se o Olimpo está em recesso? 
Viver os dias de hoje como construtores é uma das respostas possíveis. Fé, investimento, insistência, planejamento e suor. Pensamento positivo, mesmo no meio da tempestade. 
O futuro é um livro que vem sendo escrito aos poucos. Uma página por dia. Algumas delas com muita emoção, muito movimento. Outras mais tranquilas. Drama, sátira, comédia, romance e poesia.  Tudo encordoado. A linguagem é a peculiar de cada autor. Em roteiros tão diferentes, tão variáveis, impossível que os outros definam o nosso futuro. Somos os escritores, os protagonistas. De nossa atuação nasce o futuro. 
Ele tem a nossa cara. A nossa forma. O nosso suor. Nem mais nem menos.



O amanhã
Letra: João Sérgio
Intérprete: Simone

"A cigana leu o meu destino
Eu sonhei!
Bola de cristal
Jogo de búzios, cartomante
E eu sempre perguntei
O que será o amanhã?
Como vai ser o meu destino?"


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