03/10/2019

Os Homens e as Máquinas


Máquinas – Dia desses navegando despretensiosamente fiquei atraído por um curso virtual. Curiosidades daquelas que surgem e somem. No entanto, contrariando a regra, levado pelo impulso, cliquei no banner do anúncio. Informei meu e-mail para receber informações e mais alguns dados de identificação. Segundos depois, recebo uma ligação já se referindo ao interesse manifestado. Com um ou dois cliques fui transformado em um cliente em potencial. Do outro lado da linha, chegava a informação de que o preço anunciado na internet sofria ali naquele instante uma redução de 30%. Para seduzir ainda mais, o valor, com desconto, era parcelado extensivamente no cartão de crédito em prestações muito suaves etc etc etc. Não tinha como ficar de fora. “Rápidos no gatilho, pensei”.

Homens - Dia desses necessitei de um atendimento na área de saúde. Liguei para o número do profissional. A secretária anotou a solicitação e ficou de dar um retorno em seguida. Tinha alguma urgência. Na verdade, tinha uma grande urgência. Passou um turno inteiro e nada de contato. Foi inevitável fugir da comparação com os robôs da internet que estão sempre a postos, não cansam, não desanimam e dão a resposta prometida ou não em segundos.

O aprendizado – É claro que não há como se exigir um atendimento robótico no dia a dia. Afinal, conforme a natureza do trabalho e do sistema empregado, não há como competir com as tecnologias de ponta. Os robôs não sofrem interferências. Não há dores de cabeça nem indisposições nem distrações com as redes sociais (eles estão em conexão permanente com a rede). Porém, é de se esperar que estes novos tempos possibilitem certo aperfeiçoamento no atendimento das demandas do dia a dia.

Ironia – A grande luta dos engenheiros que estão por trás das inovações tecnológicas é dotar os sistemas virtuais, de alguma forma frios e distantes, em algo mais humano. Corresponder às expectativas de quem está do outro lado é a norma. De algum modo, a máquina vem aprendendo com a gente. Por ironia, quanto mais aperfeiçoado for este sistema menos presença humana será necessária nos serviços básicos. Se a máquina está aprendendo com a gente não é menos importante que o processo seja levado a sério também na prestação de serviço e, assim, os profissionais humanos também comecem a aprender com as máquinas. A atenção e a reposta com alguma brevidade fazem bem, especialmente quando a necessidade é premente.

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