Já informei aqui que, por acaso, encontrei um caderno na rua. Um caderno com anotações em letra caprichada. Desconheço até o momento o autor, eis que nenhuma assinatura, nenhum dado de identificação permite que seja encontrado o dono das anotações. São poemas, rascunhos, pensamentos rápidos, rasteiros e, às vezes, com certa profundidade. Publico, sempre que possível algumas ideias que ali estão impressas. Carta ao Senhor é o texto que escolhi para hoje.
Senhor:
Há algum tempo resolvi que era chegada a hora de contar algumas coisas. De purgar alguns sentimentos que causam tormento e aflição. Contar algumas histórias da existência. Justificar algum erro, quem sabe? Enfim, trocar algumas ideias. O objetivo primordial, no entanto, não era bem esse. Gostaria, isto sim, era mesmo de ouvi-lo. Saber, afinal de contas, o que vens pensando, o que esperas de tudo isso, como está se preparando para os tempos que se avizinham.