29/05/2018

Master/Blaster: a intervenção


Corpos gigantescos nem sempre ostentam cabeças com massa encefálica suficiente para coordenar os movimentos e determinar as ações mais indicadas para cada caso. Em Mad Max 2 – Além da Cúpula do Trovão, uma cidade é movida  por esterco de porco. Vive-se o caos. Não há muito combustível fóssil à disposição. Os litros de gasolina e diesel são disputados a tapa, a tiro e a facadas. Vale tudo pelo precioso líquido. Não há governo. Restam sobreviventes fazendo a própria lei. E, neste contexto, todo o mundo tem razão.
A geração de energia é comandada por uma dupla: o gigante Master/Blaster. Master é dono de um corpanzil. Nos seus ombros reside Blaster, um anão que o comanda e comanda também o submundo da usina de geração de metano. A parte superior é governada pela Titia Entity (Tina Turner). Como não acontece só na realidade, um governo compartilhado é um prato cheio para servir de disputas. Titia quer mandar mais, Master/Blaster se defende. Às vezes sabota o mundo superior, reduzindo a entrega de energia, aumentando o desespero e o caos.
Max (Mel Gibson) cai prisioneiro e é jogado no meio dos porcos. Fica à mercê de Master/Blaster.  Consegue um acordo com Titia e provoca um duelo contra o gigante. Porém, depois de uma luta encarniçada, não tem coragem de eliminar o gigante (na verdade uma criança manipulada pelo anão). Como não cumpriu acordo é punido pela Titia sendo mandado para o deserto amarrado no lombo de um cavalo.
Às vezes vejo Master/Blaster nas manchetes da crise brasileira. Nosso país é um gigante que desconhece sua força. Tem um corpo forte, vistoso, cheio de energia. Porém, tal qual o personagem da ficção, não é dono de sua força. As cabeças que o coordenam nem sempre são saudáveis.
Master/Blaster aparece muitas vezes nesses movimentos reivindicatórios: paralisação/greve/locaute, não importa.  É muita força acumulada. Muita adrenalina. Muita vontade. Muitas lideranças ou nenhuma liderança. Tiros a esmo. Alvos múltiplos. Prejuízos, da mesma forma, múltiplos. Um corpo imenso desconhecendo a força, carente de ideias, doido para que alguém resolva a situação nem que a solução apresentada seja alguma coisa já tentada. Fracasso novo é melhor que fracasso antigo.
Fora políticos/Fora Temer e seu governo comunista/Intervenção já/Pelo fim da corrupção. José Simão humorista do caos e despreocupado com o politicamente correto, vez por outra tem razão: o Brasil não precisa de intervenção militar, precisa, isso sim, de intervenção psiquiátrica.
Às vezes sai algum estudo sobre profissões que deixarão de existir. Já se disse que, com o avanço da ciência, vários males serão debelados com a manipulação genética. Com o avanço tecnológico, por outro lado, muitos trabalhos repetitivos serão abandonados pelos humanos, sendo resolvido pela inteligência artificial. Uma coisa é certa: psicólogos, psiquiatras e terapeutas terão vida longa. Muito longa!    

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